sexta-feira, 26 de abril de 2019

Pirajuí comarca do Distrito de Albuquerque Lins



Lins, um século de história
(Faltam 360 dias)

Pirajuí comarca do Distrito de Albuquerque Lins

Colheita do café

No início do século XX, na colonização e desenvolvimento da região da Noroeste do Estado de São Paulo, o sociólogo Fernando de Azevedo comenta em seu livro “ Um trem corre para o oeste”, o desempenho da Estrada de Ferro Noroeste do Brasil (NOB) no progresso de Albuquerque Lins.
No começo ele narra que, assim: ... “ Mas à medida que avança a progredia para o interior, ia a estrada lançando, nas suas estações-fantasmas, as sementes de núcleos urbanos e fazia nascer, na extremidade da linha, essas cidades de vanguarda que se chamavam “ bocas do sertão”.  A criação de novos centros de população, na Noroeste, sobre o percurso da via férrea, e a espantosa rapidez com que se povoam, constituem um dos mais interessantes fenômenos provocados pela construção da estrada.
Como já se verificara por toda a parte, no Brasil e em outras regiões do mundo em que as cidades velhas e novas, tocadas pela via férrea em um momento dado, se puseram a crescer num ritmo precipitado, as povoações e vilas da Noroeste, abertas às vezes na clareira da mata virgem, tomaram em poucos anos um impulso extraordinário, sob o choque decisivo que lhe foi dado pela construção da estrada de ferro.”....
Ainda narra ... “A região da Noroeste, com suas transformações e seu progressos, em todos os sentidos, foi, em São Paulo, o exemplo mais impressionante de colonização pelo trilho, com uma influência poderosa sobre o povoamento. Onde, havia 15 anos, não se viam senão aldeias de índios, raras moradas de paulistas e mineiros afazendados, e uma ou outra habitação tosca de sertanejo nalgum rasgão ou cicatriz aberta na vegetação densa das matas, multiplicavam-se então as vilas e cidade, sítios e fazendolas, rústicas mas florescentes propriedades agrícolas, de café ou de criação, fundadas por pioneiros experimentados na árdua tarefa de amansar desertos e sertões.
Se um dos objetivos principais da Estrada de Ferro Noroeste do Brasil - NOB, além de seus fins, estratégicos e internacional foi de abrir à civilização e à colonização novas extensões de território e de ligar ao porto de Santos um novo e importante centro de produção de café, ela devia constituir-se pouco a pouco em um tráfego geral que lhe permitiria viver e progredir, quando cansadas as terras mais próprias para os cafezais.
Nesta política de penetração e expansão econômica,  de que a via férrea Noroeste foi instrumento, o que se realizou parecia um milagre da terra, pela força com que se expandiram e se povoaram pastagens, invernadas e currais e pela rapidez do que se transformavam estações e pequenas zonas agrárias em grandes centros urbanos. Certamente, o café que, no seu roteiro, já se deslocava para a zona Noroeste e de cujas fazendas retirava a estrada de ferro sua maior renda, como indústria de transporte, puxou a fila das iniciativas e atividades agrícolas, abrindo caminho a toda espécie de plantações. A zona Noroeste era bem “a terra da Promissão”, em que dava tudo, do algodão ao trigo”....  Uma narrativa de esperança e progresso para Albuquerque Lins que surgia como um milagre da terra.


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