sexta-feira, 19 de abril de 2019

Maracujá, Flor da Paixão

Maracujá, Flor da Paixão uma analogia ao período quaresmal
Por: Manoel Ramires


     
           Estamos nos últimos dias do período quaresmal e, a igreja celebra a semana da paixão e morte de Jesus Cristo. Nesta semana,  a qual é chamada de Semana Santa (14 a 21 de abril de 2019), antigamente, os santos da Igreja Católica ficavam cobertos por um pano roxo. Hoje, o roxo permanece somente na estola, peça estreita, terminada por duas partes mais largas, que o padre usa para administrar os sacramentos. E esse roxo também presente na flor do maracujá, que envolve todos os seus mistérios,
          Os europeus levaram o maracujá para dentro da igreja, há uns 400 anos e a historia narra ainda que o Papa Paulo V, Camillo Borghese, Roma – Itália, de 16/01/1605 à 28/01/1621, 15 anos de Pontificado, identificou a flor com sua forte cor, com o martírio de Cristo no calvário.
          Foi também com esta coincidência encontrada na flor do maracujá que chamou a atenção dos jesuítas no século XVI, quando chegaram aqui no Brasil. A história nos mostra que os jesuítas utilizaram da flor do fruto do maracujá para ajudar na catequização dos índios. Maracujá na língua indígena representa alimento em forma de cuia (do Tupi-guarani, Mara Kuya, fruto que se serve)..
          Segundo os cientistas, existem aproximadamente uns 500 tipos da espécime em todo o mundo. Esse fruto que é nativo da América do Sul, das zonas tropicais e subtropicais, o Brasil é o maior produtor mundial de maracujá e, é na Europa, também cultivada e conhecida como planta ornamental. E a flor do maracujá, em latim, recebe o nome de Passiflora, que significa: Flor-da-paixão. A flor do maracujá, quando em seu habitat natural, para florescer, necessita de muita luminosidade e de temperatura alta, quando então, emite botão que dará uma flor e que se abrira em curto espaço de tempo no decorrer dos dias. Se apanharmos a flor, logo se fecha e não abrirá nunca mais.
           A sua reprodução é feita pela borboleta, a mamangava e artificialmente pelas mãos do homem, além, é claro, de outros pequenos insetos, que transferem o pólen dos estames (parte masculina) para os estigmas (parte feminina) de outra flor. Daí o ovário se desenvolve e vira fruto em dois dias e, depois de dois meses, o fruto torna-se adulto e está pronto para colheita. O melhor fruto é aquele que cai no chão. O maracujá tem a casca verde,  é redondo ou ovoide, ficará maduro quando amarelar, ou ficar na cor púrpura escuro. Cada fruto contém aproximadamente 500 sementes. É utilizado para produzir sucos ou polpa de maracujá, além do fruto possuir propriedades calmantes.
          A coincidência ou manifestação divina, com referência a via sacra e a flor do maracujá, está em que; depois da condenação à morte, Jesus é chicoteado, recebe uma túnica de cor roxa e também a coroa de espinhos.
           Os filamentos internos da flor significam a coroa de Cristo, as gravinhas, que se enrolam nos objetos, e que servem para segurar a planta, o acoite. Em Gólgota, Jesus afasta o cálice de vinho e esse cálice fica na parte central da flor. Os estigmas são aquelas três cabecinhas vistas na parte frontal da flor, representam três cravos (dois das mãos e um dos pés). A esponja umedecida com vinagre, colocada na lança, servida pelo soldado romano (Centurião), representa: a lança faz comparação com a folha; e a esponja, parte que sustenta os estigmas. As cinco chagas de Cristo são os estames. As pétalas, num total de 10, são consideradas os apóstolos. Não estão incluídos nesta contagem os apóstolos, Pedro e Judas, pois eles não compareceram ao local da crucificação de Cristo. Os cristãos sempre usaram símbolos para expressar, externar, ou mesmo sentir dentro de si a manifestação de Deus. Na verdade, as flores são um resumo da vida na sua manifestação de amor, no nascimento e na morte, traduzindo uma mensagem de alegria e de dor.
Neste ano, na Campanha da Fraternidade, que ocorre no período Quaresmal, a igreja nos convida e nos estimula a participar da campanha com o tema “Fraternidade e políticas publicas” e, o lema “Serás libertado pelo direito e pela justiça” (Is 1,27), inspirado no Profeta Isaías, à luz da palavra de Deus e da Doutrina Social da Igreja para fortalecer a cidadania e o bem comum e, a isso chamamos de sinal da Fraternidade.
 Feliz Páscoa!


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