Lins, um século de
história
(Faltam 360 dias)
Pirajuí comarca do Distrito de Albuquerque Lins
Colheita do café |
No início
do século XX, na colonização e desenvolvimento da região da Noroeste do Estado
de São Paulo, o sociólogo Fernando de Azevedo comenta em seu livro “ Um trem
corre para o oeste”, o desempenho da Estrada de Ferro Noroeste do Brasil (NOB)
no progresso de Albuquerque Lins.
No
começo ele narra que, assim: ... “ Mas à medida que avança a progredia para o
interior, ia a estrada lançando, nas suas estações-fantasmas, as sementes de
núcleos urbanos e fazia nascer, na extremidade da linha, essas cidades de
vanguarda que se chamavam “ bocas do sertão”. A criação de novos centros de população, na
Noroeste, sobre o percurso da via férrea, e a espantosa rapidez com que se
povoam, constituem um dos mais interessantes fenômenos provocados pela
construção da estrada.
Como já
se verificara por toda a parte, no Brasil e em outras regiões do mundo em que
as cidades velhas e novas, tocadas pela via férrea em um momento dado, se
puseram a crescer num ritmo precipitado, as povoações e vilas da Noroeste,
abertas às vezes na clareira da mata virgem, tomaram em poucos anos um impulso
extraordinário, sob o choque decisivo que lhe foi dado pela construção da
estrada de ferro.”....
Ainda
narra ... “A região da Noroeste, com suas transformações e seu progressos, em
todos os sentidos, foi, em São Paulo, o exemplo mais impressionante de colonização
pelo trilho, com uma influência poderosa sobre o povoamento. Onde, havia 15
anos, não se viam senão aldeias de índios, raras moradas de paulistas e
mineiros afazendados, e uma ou outra habitação tosca de sertanejo nalgum rasgão
ou cicatriz aberta na vegetação densa das matas, multiplicavam-se então as
vilas e cidade, sítios e fazendolas, rústicas mas florescentes propriedades
agrícolas, de café ou de criação, fundadas por pioneiros experimentados na árdua
tarefa de amansar desertos e sertões.
Se um
dos objetivos principais da Estrada de Ferro Noroeste do Brasil - NOB, além de
seus fins, estratégicos e internacional foi de abrir à civilização e à
colonização novas extensões de território e de ligar ao porto de Santos um novo
e importante centro de produção de café, ela devia constituir-se pouco a pouco
em um tráfego geral que lhe permitiria viver e progredir, quando cansadas as
terras mais próprias para os cafezais.
Nesta política
de penetração e expansão econômica, de
que a via férrea Noroeste foi instrumento, o que se realizou parecia um milagre
da terra, pela força com que se expandiram e se povoaram pastagens, invernadas
e currais e pela rapidez do que se transformavam estações e pequenas zonas
agrárias em grandes centros urbanos. Certamente, o café que, no seu roteiro, já
se deslocava para a zona Noroeste e de cujas fazendas retirava a estrada de ferro
sua maior renda, como indústria de transporte, puxou a fila das iniciativas e
atividades agrícolas, abrindo caminho a toda espécie de plantações. A zona
Noroeste era bem “a terra da Promissão”, em que dava tudo, do algodão ao trigo”....
Uma narrativa de esperança e progresso
para Albuquerque Lins que surgia como um milagre da terra.
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