Maracujá, Flor da Paixão uma analogia ao período quaresmal
Por: Manoel Ramires
Os
europeus levaram o maracujá para dentro da igreja, há uns 400 anos e a historia
narra ainda que o Papa Paulo V, Camillo Borghese, Roma – Itália, de 16/01/1605
à 28/01/1621, 15 anos de Pontificado, identificou a flor com sua forte cor, com
o martírio de Cristo no calvário.
Foi
também com esta coincidência encontrada na flor do maracujá que chamou a
atenção dos jesuítas no século XVI, quando chegaram aqui no Brasil. A história
nos mostra que os jesuítas utilizaram da flor do fruto do maracujá para ajudar
na catequização dos índios. Maracujá na língua indígena representa alimento em
forma de cuia (do Tupi-guarani, Mara Kuya, fruto que se serve)..
Segundo
os cientistas, existem aproximadamente uns 500 tipos da espécime em todo o
mundo. Esse fruto que é nativo da América do Sul, das zonas tropicais e
subtropicais, o Brasil é o maior produtor mundial de maracujá e, é na Europa,
também cultivada e conhecida como planta ornamental. E a flor do maracujá, em
latim, recebe o nome de Passiflora, que significa: Flor-da-paixão. A flor do
maracujá, quando em seu habitat natural, para florescer, necessita de muita
luminosidade e de temperatura alta, quando então, emite botão que dará uma flor
e que se abrira em curto espaço de tempo no decorrer dos dias. Se apanharmos a
flor, logo se fecha e não abrirá nunca mais.
A
sua reprodução é feita pela borboleta, a mamangava e artificialmente pelas mãos
do homem, além, é claro, de outros pequenos insetos, que transferem o pólen dos
estames (parte masculina) para os estigmas (parte feminina) de outra flor. Daí
o ovário se desenvolve e vira fruto em dois dias e, depois de dois meses, o
fruto torna-se adulto e está pronto para colheita. O melhor fruto é aquele que
cai no chão. O maracujá tem a casca verde, é redondo ou ovoide,
ficará maduro quando amarelar, ou ficar na cor púrpura escuro. Cada fruto
contém aproximadamente 500 sementes. É utilizado para produzir sucos ou polpa
de maracujá, além do fruto possuir propriedades calmantes.
A
coincidência ou manifestação divina, com referência a via sacra e a flor do
maracujá, está em que; depois da condenação à morte, Jesus é chicoteado, recebe
uma túnica de cor roxa e também a coroa de espinhos.
Os
filamentos internos da flor significam a coroa de Cristo, as gravinhas, que se
enrolam nos objetos, e que servem para segurar a planta, o acoite. Em Gólgota,
Jesus afasta o cálice de vinho e esse cálice fica na parte central da flor. Os
estigmas são aquelas três cabecinhas vistas na parte frontal da flor,
representam três cravos (dois das mãos e um dos pés). A esponja umedecida com
vinagre, colocada na lança, servida pelo soldado romano (Centurião),
representa: a lança faz comparação com a folha; e a esponja, parte que sustenta
os estigmas. As cinco chagas de Cristo são os estames. As pétalas, num total de
10, são consideradas os apóstolos. Não estão incluídos nesta contagem os
apóstolos, Pedro e Judas, pois eles não compareceram ao local da crucificação
de Cristo. Os cristãos sempre usaram símbolos para expressar, externar, ou
mesmo sentir dentro de si a manifestação de Deus. Na verdade, as flores são um
resumo da vida na sua manifestação de amor, no nascimento e na morte,
traduzindo uma mensagem de alegria e de dor.
Neste ano, na Campanha da Fraternidade, que ocorre
no período Quaresmal, a igreja nos convida e nos estimula a participar da campanha
com o tema “Fraternidade e políticas publicas” e, o lema “Serás libertado pelo
direito e pela justiça” (Is 1,27), inspirado no Profeta Isaías, à luz da
palavra de Deus e da Doutrina Social da Igreja para fortalecer a cidadania e o
bem comum e, a isso chamamos de sinal da Fraternidade.
Feliz Páscoa!
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